O diretor-executivo da Linux Internacional confirmou sua notoriedade entre o público do Fórum e apresentou histórico e possibilidades do Software Livre
A sala ficou lotada para ver e ouvir Maddog, o guru do software livre, como é chamado por alguns. Trazendo na cabeça um chapéu em formato de pinguim, o diretor-executivo da Linux Internacional falou por uma hora no segundo dia do 13º Fórum Internacional Software Livre (fisl13). Na palestra A Guided Tour Through Foss and Free Culture, Maddog citou nomes importantes da tecnologia como seu amigo Dennis M. Ritchie, falecido em 2011, um dos criadores do sistema UNIX, e Alan Turing, cientista da computação britânico que exerceu papel importante na criação do computador e desde 1975 é considerado o pai da Informática.
Segundo Maddog, o software livre existe há muito tempo. “Estou na ciência da computação há 43 anos e nunca usei código fechado para desenvolver softwares”. Já em 1969 existiam grupos de usuários que trabalhavam em projetos livres. O próprio UNIX foi criado por um destes grupos, dentro da AT&T, uma companhia americana de telecomunicações. O experimento acabou chegando às universidades, que começaram a colaborar e melhorar o programa. “Depois de um tempo as empresas de telefonia já queriam vender o sistema e cobravam 160 mil dólares por máquina. Somente universidades com centros de pesquisas podiam pagar U$ 350,00 por licença”, conta. Desde aquela época, segundo Maddog, a ideia de que não é possível ganhar dinheiro com software livre não se justifica. “Se alguém disser isso, dê o exemplo de Mark Spencer, da RedHat, que é um milionário graças à cultura livre”, provoca.
A apresentação de Maddog ainda trouxe todas as possibilidades de utilização de software livre, provando que o os programas criados com código aberto são tão bons quanto ou até melhores que os desenvolvidos por grandes empresas que trabalham com códigos fechados. Há opções para gestão empresarial, de universidades, escolas e bibliotecas. Outros tantos com soluções científicas em robótica e física, por exemplo, e os da área de comunicação como Joomla (gestão de conteúdos) e para rádios, um dos primeiros setores a receber o software livre, segundo Maddog. “A vantagem é que você não precisa pegar um programa inteiro se apenas um pedaço serve ao seu trabalho. Pague a licença do código-fonte da parte que te interessa e coloque no seu software”, complementa. “As empresas que não trabalham com software livre mudam os seus programas e lançam novas versões justamente para que os usuários precisem comprar, já que não podem adquirir uma parte do software apenas”, justifica Maddog.
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