O Ministério da Saúde contabiliza que, no Brasil, 18,1% dos homens e 12% das mulheres são fumantes. Largar o vício é um grande desafio para pessoas que há anos dependem do tabaco e o utilizam no seu dia a dia. Como forma de ajuda e incentivo para fumantes que querem abandonar o cigarro, surgem os grupos de apoio. Com o auxílio de uma equipe multidisciplinar e de outras pessoas enfrentando a mesma situação, a meta torna-se mais fácil de alcançar.
Com este propósito, a Unimed Porto Alegre promove regularmente o Grupo Viver Bem Sem Cigarro. A assistente de Intercâmbio da Unimed, Helenice Thomaz, foi uma das participantes do grupo que conseguiu superar o vício. “Comecei a fumar com 13 anos e segui com o vício por outros 17. Procurei o grupo porque comecei a querer de fato uma vida mais saudável. Também sou asmática e, com o passar dos anos, minhas crises ficaram mais intensas”, explica. Helenice participou de encontros semanais com o grupo e de consultas médicas quinzenais. “Tínhamos muitas dicas, vídeos e conversas. Certamente sem o grupo eu não teria parado, até porque todo o meu círculo de amizades é fumante, e realmente no começo foi muito difícil”, afirma.
O primeiro pensamento que tive era que o grupo não iria me ajudar. Realmente é surpreendente e assustador compartilhar experiências com outros fumantes.
O meu grupo era frequentado por pessoas de diferentes idades e diferentes mentalidades mas, naquele momento, éramos somente viciados. Compartilhar da frustração e dos problemas dos outros é algo que faz o cérebro pensar muito, ver o sofrimento daqueles que já passaram por enfisema pulmonar, câncer, infarto e mesmo assim não largam o cigarro, me fez perceber a dimensão da dependência em que eu estava inserida e me fez querer parar do fundo do coração. O grupo não foi só sofrimento, também foi muito divertido, pois rir das nossas dificuldades e histórias facilita a caminhada.
Parar de fumar é muito mais psicológico do que físico, e todos podem conseguir, basta querer de verdade e não ter medo de procurar ajuda se for preciso. Fumar é vício, e não pode ser tratado como uma coisa à toa.
Helenice Thomaz – ex-fumante
A Dra. Irma Rossa, coordenadora do Grupo, explica como a atividade pode ajudar quem pretende largar o cigarro definitivamente. “A troca de experiência é o fator mais importante no tratamento do tabagismo em grupo. A sensação de não estar sozinho e a percepção que os sentimentos e emoções são comuns, tranquilizam o tabagista. O apoio e o estímulo de seus iguais também fazem a diferença, favorecendo a motivação para abster-se e a manutenção da abstinência. O grupo traz, sobretudo, maior suporte social e maior facilitação da discussão de situações de risco e meios de lidar com as mesmas”. Dra. Irma também destaca os benefícios de interromper o vício. “Os benefícios na saúde do indivíduo são inúmeros, desde aqueles relacionados com o sistema respiratório e cardiovascular, como alguns menos considerados, como aqueles que ocorrem na pele, dentes e sistema imunológico da pessoa. O risco de desenvolver câncer cai drasticamente com a interrupção do consumo de cigarro”, avalia.
Grupo Viver Bem Sem Cigarro
Promovido pelo setor de Medicina Preventiva da Unimed Porto Alegre, é formado por oito encontros, que ocorrem semanalmente. O grupo é coordenado pela médica pneumologista especialista em dependência química, Irma Rossa. A atividade é gratuita e voltada para colaboradores e clientes da Cooperativa Médica. Para informações e inscrições entre em contato com a Casa Bem-Estar: (51) 3316.7177 ou pelo e-mail medicinapreventiva@unimedpoa.com.br.
Dia Nacional de Combate ao Fumo
Desde 1986 a Lei Federal n°. 7.488, do Dia Nacional de Combate ao Fumo, mobiliza a população para os problemas causados pelo tabaco.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), seis milhões de pessoas morrem por causas ligadas ao tabaco todos os anos, sendo a causa de cerca de 9% dos óbitos no mundo. São cerca de 4.720 substâncias tóxicas existentes na fumaça do cigarro que trazem riscos à saúde. No Brasil, Porto Alegre foi apontada como a capital brasileira com maior percentual de fumantes (22,6%), seguida por Curitiba (20,2), e São Paulo (19,3%).
Outro dado alarmante está relacionado ao fumo passivo. No Brasil, pelo menos, 2.655 não fumantes morrem a cada ano por doenças atribuíveis ao tabagismo passivo. O que equivale dizer que, a cada dia, sete brasileiros que não fumam morrem por doenças provocadas pela exposição à fumaça do tabaco. Estudos revelam que pessoas expostas ao fumo passivo têm risco 30% maior de desenvolver câncer de pulmão e doenças cardíacas e de 25% a 35% mais chances de terem doenças coronarianas agudas. Um avanço importante foi a aprovação, pela presidente Dilma Rousseff, da Lei Federal 12.546/2011, que proibiu o fumo em recintos coletivos fechados em todo País.
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