Formar uma grande empresa nos dias de hoje não depende exclusivamente de um grande investimento inicial ou de um público previamente solidificado. Essa é a conclusão de Bryan Cheung, CEO da Liferay – empresa que desenvolve um gerenciador de conteúdo profissional de código aberto. O americano palestrou no primeiro dia de atividades do 13º Fórum Internacional Sofware Livre.Org (fisl13), que está acontecendo no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre.
Cheung destacou, usando o case da própria empresa e outros projetos individuais inovadores, que a liberdade de criação e transformação presentes em programas e plataformas de código aberto podem ser o caminho mais eficaz para o lançamento de novos produtos e ideias no mercado. Para ele, tornar simples e fácil o acesso das pessoas a determinados produtos “sem segredos” pode provocar um impacto positivo junto ao público de forma imediata e tornar mais clara a possibilidade de parcerias. “O mais legal do software livre é que você tem todas as ferramentas para construir algo de valor sem precisar se preocupar com grandes planejamentos e testes. Está tudo ali, pronto para ser disseminado e explorado”, afirmou.
De acordo com Cheung, apesar de o Brasil ter uma grande rede de pessoas preocupadas com a questão da cultura livre, as empresas ainda não estão tão abertas a investir nesse tipo de iniciativa e acabam, por vezes, optando por modelos pouco flexíveis, que não apresentam 100% de segurança quanto ao controle das informações. Para ele, Se as organizações se abrissem para a questão, o desenvolvimento econômico do País teria um grande ganho.
O Liferay Portal, que tem como grandes concorrentes no Brasil o Wordpress e o Joomla, mantém uma comunidade ativa e crescente que contribui de forma colaborativa no desenvolvimento do produto com tutoriais e traduções. O portal suporta todos os principais servidores de aplicações Java, banco de dados e sistemas operacionais, dispondo de mais de 700 configurações para implantação.
A participação da comunidade no processo de desenvolvimento da Liferay é vista como essencial por Cheung. Para ele, o processo de colaboração se modificou ao longo dos últimos anos. “Antes você dava algo para uma pessoa e ela não se considerava responsável pelo andamento daquilo. Hoje, é diferente, as pessoas se preocupam em contribuir umas com as outras durante o processo”, concluiu.
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