A revista médica mais importante do mundo, o The New England Journal of Medicine, na última quinta (05), publicou um estudo com novo tratamento para a aplasia de medula, revelando resultados promissores.
A aplasia de medula é uma doença rara que afeta dois casos por milhão de habitantes por ano. Trata-se de uma doença na qual as células tronco da medula óssea são destruídas geralmente por anticorpos produzidos pelo próprio paciente.
Segundo o hematologista Marcelo Capra, do Instituto do Câncer Mãe de Deus, o tratamento convencional para a aplasia de medula envolve uma combinação de medicamentos imunossupressores ou transplante de medula óssea. “Mas, um terço desses pacientes não responde a esses tratamentos”, diz o médico.
Em casos em que o tratamento não é eficaz e o paciente não encontra doador compatível ou o transplante não está indicado (especialmente em pacientes idosos), o novo medicamento pode ser útil, denominado Eltrombopag, um estimulante da produção das plaquetas, elementos do sangue que auxiliam na coagulação.
No estudo, o medicamento foi utilizado em um grupo de pacientes que não obteve resposta ao tratamento convencional e, após 12 semanas com o uso da medicação, 44% deles obtiveram uma boa taxa de resposta. “O que é considerado excelente nesses casos”, pontua Capra.
Capra comenta que, nos pacientes que apresentaram resposta ao tratamento, observou-se resposta no número de plaquetas, glóbulos brancos e vermelhos. “Isso sugere que o medicamento possa aumentar o número de células tronco que dão origem aos três elementos do sangue”.
O especialista conclui que ainda são necessários mais estudos para concluir o real papel do medicamento no tratamento da aplasia da medula. “Porém o estudo atual traz uma nova possibilidade terapêutica para essa grave doença”.
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