quinta-feira, 26 de julho de 2012

Software Livre pode ser alternativa econômica para governantes

Diretora da Open Source Initiative cita Brasil como pioneiro na utilização de SL em sistemas públicos.

Em palestra na tarde de hoje (26) no fisl13, Deborah Bryant apresentou modelos e exemplos da utilização de software livre pelo poder público em diversos locais do mundo. Bryant vem do setor público e atualmente é diretora da Open Source Initiative (http://opensource.org/) além de participar de outras ONG's que defendem a missão do uso do open source. OSS and Economic Development: A World Tour of Government-Centric Ecosystems apresentou um resumo das iniciativas de open source do Brasil, Espanha, França, Malásia, Coréia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.

Segundo Deborah, muitos países decidiram investir no software livre após o Brasil adotar essa ideia. “O Brasil enxergou esta possibilidade há muitos anos e foi pioneiro e visionário. Foi um início inteligente”, afirma. Para a palestrante, é preciso pensar nesta utilização como se fosse um ecossistema, no qual diversos setores da sociedade estão envolvidos: governo, comunidade, indústria, capital privado e instituições educacionais. Entre os exemplos citados, destaca-se a Malásia, um pequeno país da Ásia que migrou todos os softwares governamentais para open source. “Eles treinaram mais de cinco mil pessoas para trabalhar com o software livre, mostrando que é possível implantar em países de qualquer tamanho”, diz. França também é destaque no incentivo a projetos em software livre com várias iniciativas financiadas pelo governo. “O apoio à pesquisa e às pequenas empresas é fundamental para o desenvolvimento do open source”, reforça Deborah.

Os Estados Unidos não são o melhor exemplo em utilização de software livre pelo poder público, segundo Deborah, porém são uma potência e é preciso citar o que estão fazendo. “O governo americano não tem uma política definida nessa área. Existem alguns projetos isolados de compartilhamento de informações, mas a verdade é que o governo terá menos dinheiro para gastar em tecnologia no futuro próximo”, revela. A palestrante participou, há anos, de um projeto de administração da NASA, em que foram usados software livre para compartilhar informações sobre as expedições ao espaço. Recentemente o governo estudou a viabilidade de implantar um sistema que integrasse as informações do sistema de saúde do país e uma agência de serviços médicos baseada em open source foi criada. “São casos muito pontuais ainda. Não dá para dizer que eles têm uma estratégia”, finaliza.

Os pontos mais fortes da utilização do software livre pelo governo são, segundo Deborah, a redução de custos, geração de empregos, o aumento dos serviços para a população e o apoio ao desenvolvimento e pesquisa. “Há alguns modelos de implantação de open source e eu não escolheria um deles sem conhecer alguém que tenha obtido resultados positivos com ele. Os governantes devem olhar para seu próprio país para escolherem o melhor modelo”, finaliza.

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